05 abril 2009

Musica...

O que mais gosto quando o pessoal se encontra, é a naturalidade com que falamos uns com os outros, como se ontem estivéssemos estado juntos. Boa! Ganda frase djô! Quem lê esta cena até parece que nos encontramos todos os meses... mas enfim... As noites que passámos a curtir, as conversas que tivemos, as músicas q ouvimos como diz o M, criaram uma espécie de código de intimidade que faz com que tudo pareça fácil. É verdade que a música era uma grande parte da nossa vida, como se de uma religião se tratasse. Obcecados? Extremistas? Naaaa..... Que ideia... Eramos transportados a locais longínquos e vivíamos grandes concertos, sem sequer sairmos dos covis que habitávamos. Loucura barata... E o que curtíamos era mesmo a música, aquele solo, aquela paragem, o pormenor do que o gajo dizia, a entrada, a batida da bateria, a malha do baixo, .... às vezes repetíamos a mesma parte vezes sem fim, só para percebermos bem aquele pequeno pormenor. Paranoias do caneco... Foi uma cena muito estranha a forma como criámos um grupo com interesses comuns, entre eles a música e a forma como a dissecávamos. Dissecávamos a música, as personalidades, os gostos, falávamos das coisas mais transcendentes...mas sempre com música. Podia-nos ter dado para pior... ser políticos por exemplo... ou bimbos... O importante nas grandes noites era levar aquela cassete, que meticulosamente tínhamos gravado para a devorarmos no carro de alguém, música a música, curtindo o som. A cassete!!! E se íamos fazer uma viagem, óbvio que tinhamos que gravar uma cassete para levar. E havia sempre as situações de "não ponhas ainda essa, pera aí...ouve primeiro esta e curte lá a cena que o gajo faz com a guitarra a meio da música".. A da cassete era demais! Djô! Guardada no bolso, às vezes quase que lutávamos uns com os outros para ver quem punha a cassete! Eu! Eu! Parece incrível hoje em dia, mas naquele tempo também era obra arranjar o último disco de uma banda. "Já saiu o último da Nina Hagen! Não saiu nada meu! Saiu pois, diz que já está na Discal, bora lá ver?... Diz o M que não tínhamos guito... ui ui... não tínhamos mesmo... quando fui a primeira vez a Torremolinos acho que levava o que hoje se diz serem 70 euros... e já era bué... É verdade que sempre gostei de malhas mais pesadas, mas contrariamente ao que me diziam na altura (os cotas claro...) continuo a sentir a adrenalina a percorrer-me o corpo com uma guitarrada! Nada como uma boa malha de guitarra! E como se impôe, ainda hoje as guitarras andam cá por casa...os amplificadores, os fios embrulhados no chão, os pedais... E já passei o vício para o junior...vício da guitarra e vício das malhas... Eu mais hard, ele mais metaleiro... Mas como não me alimento só de martelos e bigornas, curto outras ondas desde o velhinho jazz ao psychadelic trance, a música que os putos dizem que é dos pastilhados (se calhar por isso é que gosto...) e desde que andei pelas arábias (e não só), não dispenso um som árabe partilhado com um shisha bem aromático... Curto tudo o que me acelera a máquina e me faz disparar a adrenalina... The Wall continua o meu albúm de (p)referência... riff's de guitarra são o que me alimenta a alma... E lá estava eu nos Metallica no ano passado e já de bilhetinho no bolso para os ACDC este ano... lol

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