19 abril 2009
Ir a Ceuta não, podemos ser banhados...
Moços novos, já convencidos das nossas capacidades de pequenos mafiosos, entrámos no mercado de Algeciras, calças de ganga e óculos escuros, como dizia o outro, gingando na rua ao som de lou reed...Mas era muita areia para o nosso carrinho de plástico de brincar na areia,... para nós olhar para aquelas caras mistas de espanhóis e marroquinos, era a mesma coisa que quando olhávamos para os hieroglifos que o zé das bananas escrevia no quadro negro...Mas para os pintas que ali circulavam, erámos mais um peixe com vontade de morder o anzol. Via-se bem na nossa cara, que não andávamos à procura de souvenirs ou pacotes de pipocas e houve logo um bacano que nos topou... Chocolat? chocolat? E nós, qual chocolate qual carago, queres ver que este mano é que é o dealer daqui da banda...Vamos todos, não vais tu, vais tu o carago, acabou por ir o M... Nós preferimos pensar que erámos a cobertura, os maganos que interviriam se fosse necessário. Os guarda costas, os seguranças, pequenos mafiosos da rua da janja...O M lá foi e nós a controlar a uma distância segura... O dealer tinha uma alta mota, p'ra aí de 50 cc, tipo zundapp e quando subtilmente desaperta a tampa lateral, saca de um ovo castanho...um ovo...coisa nunca vista mas com ar de ser um grande negócio, por um preço da uva mijona...fdx ganda ovo! Compra, compra! E pimba, vem ovo, voa nota! Puta negócio, um ovo de colombo! E ao preço de uma amêndoa! Ganda negócio... Óbvio que não podíamos deixar o ovo assim fechado, tinhamos de ver se tava galado! Difícil! Muita fita cola! Muita, muita! Mas com custo lá foi, um buraquinho e sai um pozinho lindo, que parecia aquela cena que a nossa mãe às vezes usava para cozinhar... Mas não era! Nem podia ser, em Algeciras não! Só podia ser algo nunca visto... Zás, papel de arroz e saliva qb, fogo à peça e.............bate? não bate? parece que bate...hmmmm talvez um bocadinho... vá, bate um bocadinho... mal se nota.... Outra! Faz outra! E outra! Mais outra! Fdx puta dor de cabeça! Porra, ninguém nos tinha falado naquilo....Kiff... Kiff? Kiffffff??? Ké essa cena?! Trabalheira do carago, agora tínhamos que arranjar maneira de encontrar uns otários e contar-lhe uma história valente... O kiff de mão em mão... Só assim podíamos passar a banhada e voltarmos a sentir-nos os donos da rua... Kiffff...... bahhhhhhhhh!!! De volta ao nosso burgo, lá voltámos às nossas tarefas domésticas, mas agora sem necessidade do 1, 2, 3!!! Celofane, um paninho, um ferro de passar jeitoso e agora eramos nós que diziamos... chocolat! chocolat!
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