21 novembro 2009

Conversa redonda

Já não escrevo nada à bué. Melhor dizendo, isto dos blogs é fodido. Um gajo para aqui a escrever sózinho sobre cenas maradas dá sono e só apetece dizer que é para amanhã. Depois escrevo sobre o quê? Vai passado, presente ou futuro? Sobre banalidades dá-me seca, política não está in e de gajas não posso falar. Falar posso. Agora ficava bem um foda-se. Foda-se! É sempre a mesma coisa, fala-se de gajas e um gajo transtorna-se. Outro dia estava na Argélia e dei comigo a pensar se as gajas usam cuecas. Não faz sentido usarem porque mesmo que se sentem de pernas abertas não se vê nada. A areia também não lhes salta para o sexo porque já reparei que fica toda na baínha das saias. É tipo embaladeira. Mas penso sempre como será. Será que quando um gajo se faz, as gajas dizem insha alah? E o que é suposto dizer? Inchá-la? Inchá-la como filha? tu ou eu? Porra esta vida é complicada. Em todo o mundo é dificil entender as gajas. Já outro dia uma búlgara me dizia: da. E eu dizia-lhe, mas dá o quê filha? e ela insistia, da. E eu dizia, foda-se já vi que não percebes nada do que estou a dizer. E ela insistia: da. Porra! Não dou nada. Complicadas as bulgaras. Gosto mais das portuguesas. Espertas as tugas. Nunca falam em inchar nada nem em dar nada. Mas falam português correctamente. E inteligentes. Outro dia passei por uma e disse-lhe: Ó boa! E diz-me logo ela: ades conhecer-me ades ades!!! Espertas as tugas...e simpáticas...

06 maio 2009

Escavações arqueológicas

Ultimamente apetece-me contar histórias da vida real, fantasias que me povoavam a mente na juventude, histórias fantásticas da minha idade adulta. Adulta ou cota, é o que quiserem, porque tou-me pouco lixando para rótulos e chavões! Numa noite como outra qualquer, mas não num sítio qualquer, levaram-me a um bar na cave de um prédio de muitos andares, desgastado e sujo pelo tempo, pousado numa selva de betão armado e de recordações côr de sangue. A descida pelas escadas estreitas, a música electrónica a aumentar brutalmente de volume e o cheiro a perfume vulgar e incenso, fizeram-me imaginar uma descida ao inferno. Não me lembro do nome do bar, mas lembro-me das inúmeras salas psicadélicas povoadas de pessoas invulgares, roupas atípicas, risos, faces... Entrei na sala principal e encostei-me ao balcão corrido e ondulante para pedir uma bebida, talvez uma caipiroska. A parede do fundo era ocupada por uma cruz monumental em madeira, onde uma mulher nua e de seios voluptuosos representava a crucificação, pernas ligeiramente entreabertas... madeira feita pecado...Quando ia para comentar aquela visão alucinante, copo gelado na mão, uma mulher nua dançava à minha frente no balcão e outra ao lado e mais outra além...Os corpos retorcidos em cima do balcão, a cerveja vertida a escorrer, a música alucinante, os olhos com brilhos de luzes intermitentes, a sensação de uma descida ao purgatório... ou paraíso? Pensei no que pensava quando circulava na rua. Pensei no que pensaria a próxima vez que circulasse na rua. Pensava naqueles que pensam que só existe o mundo à superfície. E pensei: puta que pariu, isto não tem nada a ver! Isto não é desbunda, não é curtir, não é loucura! Isto é a loucura total! Afinal há mesmo vida para além da morte e há sítios que o comprovam... Quando ao fim da noite emergi na rua, nunca mais fui o mesmo, parte de mim diluiu-se naquele mundo, ficou misturado na cerveja a pingar na ponta do balcão, suspensa no ar, sem gravidade. Na rua a neve caía ao ritmo do zumbido nos ouvidos, o ar gelado cobria-me a pele, a noite abria-se para me deixar passar...Pensei no que é real, no que é imaginário, na importância dos sentidos... e deitei-me no mundo dos novos primitivos...

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05 maio 2009

Pra onde eles váo, já eu de lá venho...

Já falei da desilusão, ou melhor, da confirmação do que era por demais evidente, sobre os famosos países de leste. Não se pense no entanto que não gosto dos países de leste! De facto adoro os países de leste, tendências politiqueiras à parte. Até porque esse é um peditório em que não dou, política. Mas voltando à vaca fria, os países de leste são para mim um fascínio, um deleite para os sentidos e um orgasmo intelectual. Muito se fala, muito se conta, muito se comenta, mas nada se compara a ir lá em trabalho. Nada de feriazinhas da treta nem hoteis encomendados numa agência de viagens tuga! Nepia! Tudo hard rock ao natural!!! A primeira vez que aterrei na Bulgária, senti-me logo em casa. As palavras escritas em letras garrafais no topo de um dos edifícios do aeroporto, fizeram-me sorrir e pensar que afinal o mundo é mesmo uma aldeia global... Air Khona. Air Cona? Fongasse...perguntei logo ao amigo Tchenev, que cena era àquela. O Tchenev que fala tuga, ria-se de boca aberta com um hálito potente a vodka: é a companhia aérea bulgara! Jura? Potente! Espero que faça juz ao nome... Na viagem para o hotel comentei que o vacão que ia a conduzir nunca fazia pisca... O resto dos búlgaros em vinha d'alhos riram-se pa carago! Porra, aqui os barbitúricos estão-se a rir de quê ó Tchenev?! Epah, sabes que em búlgaro pisca quer dizer pila! Nahhhhhhhh!!! Jura? Mas há aqui alguma coisa que não cheire a sexo ou vodka? É que esse gajo não faz piscas e agora pôs pisca na curva, tá com uma grossura que até estala.... Risada geral! Ó Tchenev, não digas mais...que broa é que mandei agora? Diz o gajo com ar de búlgaro: É que curva em búlgaro quer dizer puta... e tu disseste pisca na curva... Ahhh disse eu... pisca na curva.... E dizia o gajo: Os meus amigos tão a dizer que se os tugas são todos como tu, são uma moca... Ganda moca é a bulgária pah! E meus amigos se é... Só vendo carago, mas não levem companhia... lembram-se daquela de sete mulheres e meia? Butes pôr pisca na Bulgária! Nasdravia... Hic!

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30 abril 2009

A Coltura Muderna

Texto (verídico) retirado de uma prova livre de Língua Portuguesa, realizada por um aluno do 9º ano numa Escola Secundária das Caldas da Rainha (para ler, estarrecer,reflectir e aprender qlaro istà!!!)

REDAXÃO 'O PIPOL E A ESCOLA'

Eu axo q os alunos n devem d xumbar qd n vam á escola. Pq o aluno tb tem Direitos e se n vai á escola latrá os seus motivos pq isto tb é perciso ver q á razões qd um aluno não vai á escola. Primeiros a peçoa n se sente motivada Pq axa q a escola e a iducação estam uma beca sobre alurizadas.
Valáver, o q é q intereça a um bacano se o quelima de trásosmontes é munto Montanhoso? Ou se a ecuação é exdruxula ou alcalina? Ou cuantas estrofes tem Um cuadrado? Ou se um angulo é paleolitico ou espongiforme? Hã? E ópois os setores ainda xutam preguntas parvas tipo cuantos cantos tem 'os Lesiades''s, q é um livro xato e q n foi escrevido c/ palavras normais mas q no Aspequeto é como outro qq e só pode ter 4 cantos comós outros, daaaah.
Ás veses o pipol ainda tenta tar cos abanos em on, mas os bitaites dos profes até dam gomitos e a Malta re-sentesse, outro dia um arrotou q os jovens n tem Abitos de leitura e q a Malta n sabemos ler nem escrever e a sorte do gimbras Foi q ele h-xoce bué da rapido e só o 'garra de lin-chao' é q conceguiu Assertar lhe com um sapato. Atão agora aviamos de ler tudo qt é livro desde o Camóes até á idade média e por aí fora, qués ver??? O pipol tem é q aprender cenas q intressam como na minha escola q á um curço De otelaria e a Malta aprendemos a faser lã pereias e ovos mois e piças de Xicolate q são assim tipo as pecialidades da rejião e ópois pudemos ganhar um Gravetame do camandro. Ah poizé. Tarei a inzajerar?

21 abril 2009

África Minha

A minha primeira viagem de "buzinesse" extra fronteiras ocorreu em 98 e aí apercebi-me pela primeira vez (seriam muitas), do quanto foi importante a minha (nossa) passagem pelas catacumbas da vida. O mestrado na escola da rua punha-me na posição de observador em vez de alvo. O chamado desvia-te, ou escolhe outro! O nosso 1º contacto seria em Dakar, um tal de Camarat, que nunca tínhamos visto nem mais gordo nem mais bronzeado. Air Afrique, aeroporto 1 da manhã, lá estava o dito, de papel de cartão na mão. Viagem para o hotel e tal, mas antes um flash de ácido: um polícia de mota no meio de um cruzamento controla o trânsito. Não fossem os óculos escuros, seria um canga de qualquer metrópole europeia... Malas no hotel, vamos ao cônsul obter um visto para seguir para a Guiné Conakri. Nome do cônsul: Camarat. Boa, assim já não nos enganamos no nome, deve ser de família... Esperamos em banquinhos de madeira, rádio a bombar, estrelas no céu e calor qb. Ao lado as 6 mulheres do cônsul lavam a louça do jantar. Num buraco no chão claro, com água claro (não disse clara...). Back to the hotel, dormir com a carteira debaixo da cabeça que a janela não fechava. Manhã radiosa, Air Afrique, escala na Gâmbia para arranjar um motor manhoso. Na boa, 2 ou 3 horas, mas almoçámos um belo copo de água. Come-se bem na Gâmbia. Motor enxertado, porta fechada para manter o cheirinho e cá vamos nós...Chegada a Conakri, uma bela pista ladeada de floresta, debaixo dos coqueiros alguns mig 21, já com raízes a saírem do trem. Calor. Onde está o gajo? Deve ser aquele (era o único com ar de esperar europeus amestrados), é mesmo pah! Nome? Camarat. Fonix men, dizia eu, já viste que se somos roubados ó carago, vamos à esquadra dizer que foi um tal Camarat e na volta este pessoal daqui é todo Camarat? Pergunta o gajo: trouxeram aspirinas? e sapatos? Sonhei mostrar-lhe o dedo médio esticado, mas pensei melhor quando ele saiu com as nossas malas e os passaportes. Ficava a dúvida de como explicaríamos ao chefe da esquadra quem era este Camarat se ele nos fanasse os passaportes. Mas não. Gajo impec, ofereceu-se logo para lhe pagarmos uns frangos de churrasco e umas bjecas. Só não estávamos muito avontade na tasca lá do sítio, porque estávamos de ganga e camisinha e o gajo de fato branco e sapato à Louis Armstrong. Fonix, e se tava calor... vai lá vai que até a Barrack Obhama! Só saímos depois da cerveja fresca acabar e lá fomos no seu mercedes com 300 mil kms que não parava de gabar...bonne voiture non? E nós dizíamos, boa? espectacular men, ganda carrão, é feito cá? Não, é de importação, vem da Europa...ahhhhhhh.... fonix só podia... Carro importado, que não é qualquer carro que serve ao Camarat... depois conto mais prometo...

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