Podem pensar que naquele tempo era só curtir, que eramos imaturos, que não estávamos preparados para a vida nem nos preocupáva-mos com isso. Engano vosso! Estávamos muito atentos ao futuro e já pensávamos que um dia teríamos de viver a nossa vida fora do ninho, ter o nosso próprio covil, a nossa loba alfa e as nossas crias. Como não tínhamos reuniões da tupperware, tínhamos reuniões para treinar algumas tarefas domésticas que um dia poderiam servir para ajudar a nossa cara metade. Éramos muito preocupados. Desde as reuniões em casa do M das tolas em que aprendíamos a preparar as mais diversas bebidas e desenvolvíamos capacidades de escanção. Ou as sessões que realizámos para aprender a trabalhar com as máquinas de 1, 2, 3 incansáveis a rodar as suas lâminas num bzzzzzzzzzz que transformava tudo em pó. Até, e porque não dizê-lo, aprender a manejar o ferro de passar , treinando a engomar colarinhos imaginários de celofane muito bem compactados, autênticas barrinhas de chocolate delicioso, do tipo fada do lar. Por último até chegávamos ao pormenor de aprender o manejo da lâmina em pequenos cortes verticais, com a delicadeza de um artista que trabalha em cristais delicados. Pensávamos no corte dos alhos claro, da cenoura e das cebolinhas. Não haja dúvida que não andávamos a brincar. Tínhamos mesmo vontade de aprender e virmos a ser maridos exemplares. Mais tarde falarei também dos treinos de primeiros socorros... Muito treinávamos nós men. Amén.
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